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sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Não diga Alô, diga NÃO!

Costumo utilizar o metrô para me locomover até o trabalho e ando pelas 3 principais linhas disponíveis neste meio de transporte. Coincidentemente meu horário tanto na ida quanto na volta é o mesmo dos operadores de telemarketing e é maravilhoso ouvir as histórias onde o "CLIENTE NUNCA TEM RAZÃO". Eu sempre achei o telemarketing uma ferramenta para a comodidade do cliente e em contrapartida uma excelente ferramenta da empresa para disponibilizar seus serviços, mas ultimamente estou reavaliando esse meu pensamento. Devo lembrar ao leitor que quando faço qualquer tipo de crítica ao telemarketing é com propriedade, já que meu primeiro registro em carteira foi na função de operador, mais tarde fui promovido a monitor e por ultimo supervisor, mas o tempo era outro e o telemarketing estava começando a se expandir.
Lembro que apesar de haver um roteiro a ser seguido (script) você deveria sempre ser ético e o contato deveria ter um ciclo (começo, meio e fim) e o mais importante, básico e lógico: tratar seu cliente com educação já que você NÃO está falando com um amigo por telefone e sim um cliente em potencial ou já fidelizado. E quando oferecia um o produto/serviço você representava uma empresa. Hoje pelas histórias que ouço no metrô e algumas situações que passei tenho minhas dúvidas se esse sistema continua sendo assim.
Outro dia, recebi um telefonema da empresa de telefonia móvel que presta serviço para mim (já que sou eu o cliente) e o contato que durou apenas 28 segundos foi exatamente assim: "Eu: Alô?
Empresa: Boa tarde, me chamo fulana e estou entrando em contato para dizer que já está disponível o serviço de caixa postal no valor de R$ x,xx que lhe proporcionará diversas vantagens, ok? A empresa agradece tenha uma boa tarde!". Se o leitor prestou a atenção eu não tive a oportunidade de nem responder o "ok" muito menos de saber que vantagens são essas a única coisa que eu entendi é que seria cobrado por um serviço que não comprei. Em seguida entrei em contato com a central de relacionamento que devo admitir depois da lei da anatel fui atendido rapidamente e tive a oportunidade de saber o que me foi oferecido e o mais interessante: Cancelar o que eu não pedi! Com direito a protocolo e tudo mais.
Mas voltando as histórias de metrô a mais recente foi de duas garotas que devidamente identificadas com o crachá da empresa(acho que é moda no telemarketing, expor seu crachá) e em alto e bom tom falavam sobre como tratavam os clientes que estavam em débito com algum tipo de serviço. Era mais ou menos assim: "Aí eu liguei pro tiozinho e falei: O senhor vai pagar o que deve ou não? Na hora de comprar, vai pega tudo do bom e do melhor, mas na hora de honrar fica atrasando nosso lado... o negócio é o seguinte ou o senhor paga ou vamos sujar seu nome!" A outra respondeu: "Ah! eu não dou tanto "boi" assim não! Fico infernizando ligando pra todo mundo: visinho, trabalho , sogra todo o santo dia até ele pagar!" (Parecia um telemarketing feito por presidiários e não por funcionários de uma determinada empresa de cobrança). Não dou razão para as pessoas que não cumprem suas obrigações, mas acredito que ameaçar ou questionar o que a pessoa deixou ou não de comprar seja o caminho ético.
Bom é apenas um texto para refletir !
Abraços.

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